Na ação policial, foi dado cumprimento a dois mandados de prisão e oito decisões judiciais de busca e apreensão e, de acordo com as investigações, o grupo movimentou mais de R$ 14,8 milhões entre junho de 2022 e setembro de 2024.
A operação denominada de Safra 171, é resultado de intensas investigações desenvolvidas pela Divisão de Repressão a Crimes Patrimoniais da Delegacia Regional de Itabaiana, com decisivo apoio técnico da Divisão de Inteligência e Planejamento Policial (DIPOL), do Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (LAB-LD) e da Secretaria de Segurança Pública de Sergipe (SSP/SE).
As apurações, iniciadas após o relato de vítimas lesadas, revelaram a existência de uma associação criminosa altamente articulada, com divisão clara de tarefas e atuação profissionalizada. O golpe consistia na promessa de lucros altos, supostamente oriundos de investimentos no plantio de milho e em operações fictícias na bolsa de valores.
Para conferir credibilidade ao esquema, os autores faziam uso de documentos adulterados, conversas ensaiadas e até da menção indevida ao nome de autoridades, como gerentes de instituições financeiras e de figuras públicas de destaque no cenário estadual, criando uma falsa rede de conexões institucionais.
As vítimas, geralmente pessoas próximas ou indicadas em redes de confiança, eram convencidas a realizar aportes financeiros vultosos, com expectativa de retornos elevados em prazos curtos. Contudo, o dinheiro era, na verdade, desviado e reinvestido em benefício pessoal dos criminosos.
Os investigados apresentavam padrão de vida incompatível com suas rendas formais, mantendo veículos de luxo, imóveis e joias de alto valor. Para ocultar a origem ilícita dos recursos, utilizavam contas bancárias de terceiros, transferências fracionadas via PIX e sucessivas transações em espécie, evidenciando práticas típicas de lavagem de dinheiro.
O cruzamento de dados bancários e análises técnicas do LAB-LD revelaram uma teia de movimentações suspeitas, nas quais os valores recebidos das vítimas eram rapidamente pulverizados entre contas de laranjas e utilizados para aquisição de bens em nome de terceiros.
Mandados
No total, foram cumpridos 12 mandados judiciais, sendo dois de prisão preventiva, dois de imposição de medidas cautelares diversas da prisão, oito mandados de busca e apreensão, além de mandados de natureza patrimonial, como sequestro de bens móveis e bloqueio de valores em contas bancárias.
As ordens judiciais foram expedidas após robustos elementos informativos colhidos pela equipe de investigadores, representação da Polícia Civil e manifestação do Ministério Público Estadual.
Durante as buscas, foram apreendidos diversos aparelhos eletrônicos, veículos de alto padrão e vasta documentação, incluindo contratos, recibos, cartões bancários, extratos e anotações manuscritas, que indicam o controle da movimentação financeira do grupo. Ainda foram recolhidos documentos com indícios de falsificação e mídias eletrônicas que poderão revelar novas provas da dinâmica delitiva.
Os veículos apreendidos, alguns registrados em nome de terceiros, levantam suspeitas de ocultação patrimonial típica de operações de lavagem de dinheiro. Todo o material será submetido à análise técnica e pericial, com o objetivo de reforçar a prova dos crimes apurados, identificar novas vítimas e rastrear o destino dos valores obtidos ilicitamente.
As diligências foram realizadas de forma simultânea em diversos endereços vinculados aos investigados, dentro do município de Itabaiana, no Agreste Central sergipano.
Novas investigações
Com o material apreendido, a Polícia Civil espera identificar novas vítimas e expandir o mapeamento patrimonial dos investigados. A análise dos aparelhos celulares, comprovantes de transferência e documentos apreendidos poderá revelar outros núcleos operacionais e possíveis ramificações do esquema.
Da Redação: Gilson de Oliveira
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